AGRINORDESTE DISCUTE ALTERNATIVAS PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO DA REGIÃO

Cobrança pelo uso dos recursos hídricos: situação e perspectivas na Bacia do São Francisco. Este foi o tema da palestra ministrada pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e professor de medicina da Universidade Federal de Minas Ferais, Thomaz da Matta Machado, durante a 16ª edição do Agrinordeste, considerado o maior seminário da agropecuária do Brasil. O Banco do Nordeste foi um dos patrocinadores do encontro, que discutiu as alternativas para o crescimento econômico do agronegócio na região e atraiu especialistas e palestrantes de vários estados do país e um público de, aproximadamente, três mil pessoas.
Durante a palestra, o professor Thomaz da Matta falou da grande importância que a Bacia do São Francisco tem para o Nordeste não apenas pelo volume de água transportada em uma região semi-árida, mas, também, pelo potencial hídrico passível de aproveitamento, e por sua contribuição histórica e econômica para a região. De acordo com o mestre, o Brasil possui 12% da água doce do mundo, mas ela não está bem distribuída no nosso país. A região Norte possui 68,5% dos recursos hídricos, o Nordeste 3,3%, o Sudeste 6,0%, o Sul 6,5% e o Centro-Oeste 15,7%.
O Comitê avalia os recursos da Bacia do São Francisco e estabelece o chamado “preço” da água. “É preciso ter um controle do uso e cobrar por ele, para podermos reparar os danos que são causados. Só para se ter idéia, 85% dos recursos hídricos são utilizados para encher a hidrelétrica de Sobradinho para gerar energia. O recurso deveria ser distribuído numa proporção maior para outros fins, que não o energético”, criticou Thomaz.
“O tema da discussão é muito importante na atualidade. O apoio do BNB a iniciativas como essas da CBHSF buscam promover o esclarecimento e a conscientização das pessoas sobre os problemas que a má utilização dos recursos ambientais podem causar a todos os envolvidos direta ou indiretamente” ressaltou o superintendente de Pernambuco, Sérgio Maia, que presidiu a mesa da palestra. Durante o seminário, o Banco do Nordeste dispôs de um estande para dar informações aos participantes do evento sobre as linhas de financiamento da instituição.
Ao todo, foram 84 palestras nos setores de bovinocultura, apicultura, caprino-ovinocultura, fruticultura, floricultura, aqüicultura, turismo rural e agroenergia. Paralelamente às palestras, foram oferecidas oficinas temáticas e mini-cursos. O Agrinordeste foi promovido pela Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e contou com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil, do Sebrae e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O encontro ocorreu entre os dias 27 e 29 de agosto, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.